O chanceler alemão se encontrou com seu colega russo em sua primeira visita oficial a Moscou na terça-feira
O chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, visitou Moscou e se encontrou com o presidente Vladimir Putin pela primeira vez desde que assumiu o cargo, para discutir a segurança energética e a possibilidade de diminuir a crise em andamento na Ucrânia.
Putin recebeu Scholz na terça-feira, onde os dois se encontraram por pouco mais de três horas, de acordo com o secretário de imprensa do Kremlin, Dmitry Peskov. Depois, os dois deram uma coletiva de imprensa conjunta, durante a qual ambos os líderes afirmaram a necessidade de um diálogo contínuo entre a Rússia e o Ocidente, apesar das diferenças significativas entre os dois lados.
Putin disse a jornalistas que a discussão dos dois líderes foi "de negócios" e disse: "Tenho a impressão de que o chanceler federal também está disposto a uma cooperação mais pragmática e mutuamente benéfica com a Rússia". Ele acrescentou que os acordos de energia desempenham um papel crucial no relacionamento dos dois países, e que a Rússia atualmente fornece mais de um terço do gás e petróleo da Alemanha.
A visita de Scholz, que se seguiu a uma viagem a Kiev na segunda-feira, ocorre em meio ao aumento do alarme sobre a possibilidade de um ataque russo à Ucrânia, sobre o qual os líderes ocidentais vêm alertando há meses. Neste fim de semana, autoridades dos EUA e do Reino Unido indicaram que acreditavam que uma guerra poderia começar a qualquer momento, e alguns meios de comunicação relataram que Moscou planeja invadir na quarta-feira. Na terça-feira, o Ministério da Defesa russo anunciou que estava retirando algumas das tropas que havia enviado para a Bielorrússia para exercícios militares conjuntos, programados para terminar em 20 de fevereiro.
A Rússia negou que tenha intenções agressivas e pediu acordos de segurança que limitem a expansão da Otan, o bloco militar liderado pelos EUA, na Ucrânia, uma proposta que os negociadores ocidentais rejeitaram. Na segunda-feira, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, disse que Moscou estava "insatisfeita" com a resposta de Washington e da Otan, mas que ainda via a possibilidade de mais diálogo.
O líder alemão afirmou que a adesão da Ucrânia à OTAN, contra a qual a Rússia tem defendido fortemente, não está atualmente em cima da mesa, e disse que embora cada país deva poder escolher suas próprias alianças, "mas ainda assim, devemos olhar para a realidade e isto é: há um conflito que queremos desescalar. Essa é a tarefa do momento."
Scholz também disse que espera que o anúncio na terça-feira de que a Rússia está trazendo para casa algumas de suas tropas da Bielorrússia, onde foram enviadas perto da fronteira ucraniana, seja um sinal de que uma nova retirada se seguirá. No entanto, ele alertou que, se ocorrer uma invasão, haverá "consequências duras" para a Rússia.
Com informações da RT
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