terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

PRINCIPAIS CONCLUSÕES DA REUNIÃO PUTIN-MACRON SOBRE A UCRÂNIA



 Os presidentes da França e da Rússia falaram por quase seis horas buscando diminuir a crise na Ucrânia

O presidente russo, Vladimir Putin, e seu colega francês, Emmanuel Macron, se encontraram em Moscou na segunda-feira, mantendo conversas sobre a crise na Ucrânia, segurança europeia e questões bilaterais que duraram quase seis horas. Eles realizaram uma coletiva de imprensa conjunta depois, revelando alguns dos resultados da reunião. As discussões ocorreram em meio a crescentes tensões sobre a questão da Ucrânia, com Macron pronto para se encontrar com seu líder Volodymyr Zelensky em seguida.

1. Putin diz que Otan ignorou propostas de segurança da Rússia 

Havia três pontos-chave nas propostas de segurança que Moscou tornou públicas em dezembro: nenhuma expansão adicional da OTAN, nenhuma implantação de sistemas de ataque ao longo das fronteiras russas e a retirada das atuais implantações da OTAN nas linhas de 1997. As respostas da OTAN e dos EUA, enviadas na semana passada com um pedido para serem mantidas em sigilo, não abordaram esses pontos. "Não, sim ou não, como se nunca tivessem sido perguntados", disse Putin a repórteres. “Só vimos clichês e propostas políticas sobre várias questões secundárias.”

2. Macron sugere novos 'mecanismos de segurança' para impasse na Ucrânia 

O presidente francês disse que o diálogo com a Rússia “é a única maneira de garantir segurança e estabilidade na Europa”. Se os mecanismos e tratados existentes forem insuficientes para resolver a situação de segurança, ele sugeriu que novos sejam criados e implementados. Macron observou especificamente que a França e a Rússia “não tinham o mesmo entendimento” do significado de documentos como o Ato Final de Helsinque de 1975 – que estabeleceu o que se tornaria a Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) – especialmente quando chegou às questões dos direitos humanos e da integridade territorial dos Estados.

3. Putin concorda em trabalhar nas propostas de desescalada de Macron 

O presidente russo disse que é "possível" avançar em "várias" propostas apresentadas por seu colega francês que podem levar à diminuição da situação na Ucrânia. Nem Putin nem Macron revelaram detalhes sobre em que consistiriam, com Putin dizendo que discutiria o assunto com Macron depois que o presidente francês teve a chance de se encontrar com o presidente da Ucrânia na terça-feira.

4. Kiev deve cumprir acordos de Minsk e acabar com a discriminação de russos na Ucrânia, diz Putin 

Putin disse a repórteres que informou Macron sobre a recusa da Ucrânia em implementar os acordos de Minsk, mesmo depois de Kiev ter se comprometido a fazê-lo nas últimas semanas em reuniões em Paris e Berlim. Em vez de tomar medidas para oferecer autonomia às regiões separatistas de Donetsk e Lugansk, a Ucrânia optou por perseguir os falantes de russo dentro de suas fronteiras, destacou o presidente russo. “Quanto aos acordos de Minsk, sejam eles ainda viáveis ​​ou tenham algum tipo de perspectiva, sinto que simplesmente não há alternativa para eles”, disse Putin a repórteres.

5. Putin alerta para possível guerra nuclear se Ucrânia aderir à OTAN 

Trazendo à tona o argumento da Otan de que qualquer país é livre para se juntar à aliança se assim o desejar, Putin disse que a Ucrânia ao fazê-lo resultaria rapidamente em uma guerra nuclear com a Rússia. Kiev designou Moscou como adversária e insiste que a Crimeia pertence à Ucrânia, algo com o qual os países da Otan concordam, disse Putin. A península votou esmagadoramente para se juntar à Rússia após o golpe de fevereiro de 2014 em Kiev, apoiado pelos EUA às custas de um acordo de compartilhamento de poder mediado pela França e pela Alemanha. A Rússia o recebeu oficialmente de volta um mês depois – algo que não fez com as duas regiões de Donbass, que seguiram o exemplo. A adesão da Ucrânia à OTAN desencadearia a cláusula de defesa mútua do Artigo 5 da aliança no momento em que Kiev decidisse “reintegrar-se”Crimeia pela força, resultando basicamente em guerra com a Rússia, uma das principais potências nucleares. "Não haveria vencedores", disse Putin a repórteres. “[Macron] não deseja tal resultado. Nem eu." 

Com informações da RT





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