Mudança de regime em 2019? EUA e Brasil vão tentar, mas a Venezuela sobreviverá facilmente
Artigo de Paul Antonopoulos
BRASÍLIA, Brasil - O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, disse na quarta-feira que o governo do presidente Donald Trump quer aprofundar a cooperação com o Brasil na área de segurança e contra regimes autoritários, informou a Agência Brasil.
Pompeo se reuniu esta manhã com o novo ministro das Relações Exteriores (ERM), Ernesto Araújo, no Palácio do Itamaraty.
“Falamos do nosso profundo desejo de retomar a democracia para o povo venezuelano”, disse Pompeo.
“Eu vi a transmissão pacífica do poder acontecer ontem. Este não é o caso em muitos países, estamos falando de Cuba, Venezuela e Nicarágua, que são lugares onde as pessoas não têm a oportunidade de expressar seus pontos de vista ”, disse ele.
"Pretendemos trabalhar juntos", acrescentou o chefe da diplomacia dos EUA.
O ministro Araújo disse que não há razão para estar "com medo de qualquer diminuição na proteção dos direitos humanos" no Brasil.
“Este é um remanescente da campanha eleitoral que sobrevive por algum motivo. O compromisso do novo governo com a defesa dos direitos humanos é absoluto”, disse o diplomata.
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, disse que os latino-americanos deveriam prestar atenção às intenções do novo presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, alguém que daria seu país atual aos interesses transnacionais dos Estados Unidos.
“Agora, com a chegada ao poder - hoje, 1º de janeiro - do governo neofascista do presidente de extrema direita Jair Bolsonaro, eles praticamente entregam em uma bandeja de prata o que o Brasil significa na América do Sul, na América Latina, para transnacionais. corporações”, disse Maduro.
As declarações foram feitas pelo líder venezuelano durante uma entrevista oferecida ao jornalista espanhol Ignacio Ramonet, que foi ao ar na noite de terça-feira pelo canal de televisão estatal Venezolana.
Maduro afirmou ainda que a América Latina é um território disputado, entre a [esquerda] progressista e a extrema direita, e descreveu-a como um processo de “triste regressão”.
Além disso, ele observou que nos últimos anos tem havido uma ofensiva “brutal” contra movimentos populares e lideranças alternativas que desde os anos 1990 “confrontaram e desmantelaram o neoliberalismo na América Latina”.
O presidente venezuelano argumentou que os projetos de extrema-direita que ele disse que surgiram na região foram numerados por alguns dias e previu o retorno de governos que ele descreveu como progressistas, mas disse que retornariam "mais radicais".
Os projetos dos presidentes Mauricio Macri da Argentina, Jair Bolsonaro do Brasil e Iván Duque da Colômbia não são viáveis, segundo a visão do líder venezuelano.
“Os projetos que a direita levanta são inviáveis, Iván Duque na Colômbia é inviável, Jair Bolsonaro seguirá o mesmo caminho, projetos de direita, Macri na Argentina é um homem de renome”, disse ele.
Por outro lado, Maduro também se referiu à produção de petróleo da Venezuela e disse que é uma de suas maiores preocupações, mas ele tem certeza de que "2019 será o ano de recuperação na produção de petróleo".
"Buscamos e defendemos um preço de equilíbrio que favoreça produtores e consumidores, e continuaremos a agir dessa forma sob o acordo da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) e países produtores não-membros da OPEP", disse o presidente do Palácio de Miraflores, em Caracas.
Em novembro, a produção de petróleo bruto do país caiu 4,3%, para fechar em 1,13 milhão de barris por dia (mb/d), o que contrasta com os 2,5 mb/d produzidos em 2016.
*Traduzido por Eduardo Lima
Acesse o Canal Eduardo Lima - Anti-imperialismo
Nenhum comentário:
Postar um comentário